Antes de falar de Santa Rita de Jacutinga preciso dizer que o desafio descubra no mês de março foi mais do que um novo lugar.  Eu descobri o quanto experiências realmente valem mais do que qualquer outra coisa. Já comentei aqui o quanto estava trabalhando muito e precisando de um descanso. Porém, por mais que a gente saiba disso, realmente parar e se desligar pode ser um desafio. Principalmente para quem ama o que faz e está conectada quase 24h por dia.

Foi então que, pesquisando algumas opções de lazer em Juiz de Fora e região, eu encontrei um artigo com lugares para ir de bate e volta. Eu estava atrás de hotel fazenda, resort ou algo que pudesse me trazer um pouco de paz e sossego. Foi assim que descobri Santa Rita de Jacutinga.

vista da cidade
Foram horas de pesquisa na internet para saber o que fazer na cidade, onde ficar, quanto tempo de viagem. Enfim, tinha que ser tudo bem planejado, porque eu teria apenas um final de semana de descanso.

Santa Rita de Jacutinga

Segundo minhas pesquisas, Santa Rita de Jacutinga tem mais de 70 cachoeiras. A cidade é bem pequena, não chega a 5 mil habitantes, mas tem muita área para explorar. Eu consegui visitar alguns desses cantinhos, mas senti falta de um guia. As quedas d’água não são tão fáceis de chegar e a sinalização é bem ruim.

Além das cachoeiras de Santa Rita de Jacutinga, que são muito bonitas, visitei a fazenda Santa Clara e as duas igrejas da cidade. A fazenda é enorme, fiz a visita guiada e foi muito enriquecedor conhecer a história local. Quanto as igrejas, a matriz fica no centro e é bem moderna. A outra fica no topo de um morro que só da pra chegar a pé. A vista faz valer a subida íngreme, ainda mais se pegar o por do sol. E todo o caminho é bonito, a cada passo um novo visual.  Aquela história de valorizar as pequenas alegrias e não só ficar a espera da grande felicidade, sabe? Foi bem isso que senti nesse passeio.

santa rita de jacutinga

Para finalizar o sábado, escolhi uma pizzaria que além de deliciosa, era muito acolhedora. Nesse dia estava tendo uma seresta e o lugar estava bem cheio com várias famílias. Aquele clima me trouxe uma sensação de muita paz e alegria, vendo as famílias curtindo um programa tão simples e corriqueiro na minha rotina, como se fosse o maior evento no dia a dia delas. Os amigos chegando para ouvir o colega cantando e vibrando a cada música. Foi contagiante. Coisas que se tornam comuns na cidade grande, na rotina de quem frequenta bar e restaurante com frequência. Quantos lugares já fui que estava tendo música ao vivo e eu se quer ouvia a música ou sabia o nome da banda?

Descubra a melhor versão de você

Eu poderia até fazer um diário de viagem de Santa Rita de Jacutinga, mas o intuito não é falar da cidade em si.  O que descobri com o desafio esse mês foi mais do que o turismo. Redescobri pequenos prazeres da vida e uma forma simples de curtir cada um deles. Com a rotina puxada e tanta tecnologia, nem percebemos as coisas mais simples por trás de grandes modernidades. Parece absurdo ir para um lugar onde o celular não pega bem ou onde você simplesmente não quer usar o aparelho. Deixar a câmera de lado para curtir o visual e guardar somente na memória. Esquecemos como é conversar com as pessoas sem meios intermediando, descobrir lugares sem GPS ou relembrar temperos caseiros.

Santa Rita de Jacutinga

Muitas vezes esquecemos de ser feliz com o que temos e focamos somente naquilo que falta. Nessa viagem eu poderia falar que faltou tanta coisa, desde o pijama que quase esqueci de levar, até a escova de dente que por um instante eu achei que tinha jogado no lixo, até a cachoeira que andei por quase meia hora e não encontrei ou o pau de selfie que ficou em casa. Sempre vai faltar alguma coisa, mas se focarmos nisso, nunca seremos completos ou felizes de coração, porque a felicidade sempre vai estar naquilo que ainda não conquistamos.

Cidades pequenas me cativam sempre, porque me resgatam aquilo que eu tenho de mais puro, de mais verdadeiro em mim. Me fazem sentir uma gratidão enorme por cada conquista, cada momento, cada dia que tenho oportunidade de viver. No #descubra desse mês eu descobri que posso ser bem mais do que sou, precisando de quase nada.

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