Dizem que as crianças têm os sonhos mais puros e sinceros no coração. Criança não sabe o que é julgamento, medo ou incerteza. Crianças falam no impulso, defendem a verdade que elas acreditam sem nem saber que estão agindo assim. Quando eu era criança me lembro de perguntarem o que eu ia ser quando crescer. E por muito tempo eu respondi: mãe! Depois eu entendi que não era bem isso que estavam querendo saber e que mãe não era exatamente uma profissão.
Mas quando passei a dizer que ia ser famosa e trabalhar na televisão, eu falava de coração, com a certeza de que isso ia acontecer. Passei a entender que as pessoas perguntavam o que eu ia fazer da vida, com o que ia trabalhar. Eu não sabia que profissão era essa e ficava usando exemplo de filmes para me projetar. “Quero ser como a menina do Diabo Veste Prada”. Sabia onde queria estar e como gostaria de estar, mesmo sem ter a menor noção do que isso representava.
Aos sete anos escrevi minha primeira história e com o incentivo da minha família não parei mais. Fiz músicas, poesias, histórias, até chegar no vestibular e perceber que isso poderia ser uma profissão. Alguns ventos, às vezes, sopram para o lado oposto de onde queremos ir, mas nenhuma ventania é por acaso. Depois de um semestre na psicologia mudei para o curso que sempre sonhei.
Jornalismo e os meus sonhos
O jornalismo é uma paixão, mas daquelas que a gente precisa se adaptar para viver bem. Há quem diga que jornalista tem que saber de tudo, gostar de tudo e ser sempre imparcial. Pois minha paixão sempre foi falar o que penso, me expressar por palavras, deixar meus sentimentos fluírem e deixar a minha verdade transparecer. E hoje sei que isso não me faz melhor nem pior do que os outros colegas, apenas diferente.
A vontade de ter um blog cresceu comigo e não foi à toa que guardei meu caderninho com minhas produções. Na adolescência eu tinha vergonha de compartilhar, no início da faculdade eu não tinha técnica e não sabia como mexer, depois não tive tempo, porque estava emendando um estágio no outro. Mas desde o início do ano eu mudei minha forma de pensar.
Desculpas sempre vão existir, mas você não precisa usá-las o tempo todo. De vez em quando a gente até precisa de uma ou outra para se livrar de alguma coisa, mas não de nós mesmos. A gente não consegue fugir de quem a gente é por muito tempo e ainda vou falar muito sobre isso por aqui. O que quero dizer é que eu não preciso me explicar, não preciso argumentar e não preciso me esquivar de algo que é meu.
Antes ter blog era algo de gente à toa, não fazia o menor sentido alimentar aquilo e não dava retorno nenhum. Hoje vivemos um momento completamente oposto, onde o Instagram parece procriar blogueiras que nem formação têm. Mas afinal, o que isso muda para mim? Os tempos sempre passam, evoluem, a moda se transforma, mas os sonhos, eles ficam. Se eu fosse ouvir todo mundo eu não teria o meu espaço nunca, pois se não estivesse sobrando espaço, estaria faltando alguma outra coisa.
A gente espera demais pelas condições, pelo apoio, pelas certezas. Quando na verdade a gente só precisa da gente mesmo e da nossa fé.