O que eu aprendi com o turismo no Rio de Janeiro? Bom, esse não é um diário de viagem comum. O Rio de Janeiro é enorme, tem mil programas legais para fazer. Praias, museus, monumentos, estádios, bares, restaurantes, shoppings e tudo isso para os mais diversos públicos. Turismo no Rio de Janeiro é o que não falta. Eu poderia escrever minhas indicações e mesmo assim vocês ficariam perdidos com tanta opção.
Apesar de ter falado aqui que eu gosto dos diários de viagem de utilidade pública, esse não vai ser assim. Eu cresci indo ao Rio de Janeiro, muitas férias da minha adolescência passei lá com alguns primos. Depois de mais velha também tive oportunidade de ir algumas vezes para festas e shows, mas dessa vez foi um pouco diferente.
O contexto da viagem já foi a primeira coisa boa. Era uma viagem em família, como há muito tempo não fazia. Foi um momento onde todos estavam precisando mudar os ares. O objetivo inicial era ir ao show do SOJA, uma banda de reggae que gosto bastante, mas a partir do momento em que minha família também resolveu ir, sabia que iríamos para fazer turismo.
Por onde andei
Tivemos um dia para turismo. Chegamos sexta à tarde e como bons mineiros já corremos para a praia. Demos aquela caminhada na beira do mar, só para sentir o vento, a briza e ouvir o barulho das ondas. Logo já fomos para a casa, pois tinha que me arrumar para o show. Foi o terceiro show da banda que eu fui, na Fundição Progresso – Lapa.
O sábado foi intenso de caminhada. Pegamos metrô, fomos ao Museu do Amanhã, caminhamos até o Aquário e pegamos um táxi para o Bondinho. Subimos no pão de açúcar, apreciamos a vista e voltamos para almoçar. Descansamos e saímos a noite para jantar. No domingo, fizemos aquele garimpo na feirinha de Ipanema e voltamos para casa. Com uma parada de respeito na Casa do Alemão.
O que eu aprendi com o turismo no Rio de Janeiro
É claro que um dia de passeio não seria suficiente para conhecer todos os cantos da cidade maravilhosa. Nem mesmo uma vida. Tem alguns pontos específicos que quero ter a oportunidade de ir, mas o que acho mais importante em qualquer viagem, é aproveitar o que der para fazer. Sabe aquela frase “Se não puder fazer tudo, faça tudo o que puder”? Então, é isso!
Desde a criação do blog eu venho buscando cada vez mais me conectar comigo mesma. Apesar de tantas idas ao Rio de Janeiro, nenhuma me trouxe tantas reflexões bacanas como essa. Talvez, justamente, por esse amadurecimento, essa vontade de evoluir e melhorar a cada dia.
O show
SOJA é uma banda que gosto muito não só pelas músicas em si, mas pela mensagem que eles passam. Experimentem ouvir o que eles dizem, de coração. Ouvir a mensagem por trás de cada canção. É incrível! O show foi o mais desanimado dos 3 que já fui e isso me fez refletir muito. O que as pessoas estão buscando? Tanto celular ligado, tanta gente, mas não senti nem metade dessa energia humana. A gente se programa com meses de antecedência, compra ingresso, escolhe roupa, procura lugar para ficar, amigos para ir e chega no momento tão aguardado, a gente se distrai e simplesmente vê aquilo passar.
Com quantas coisas na vida você age assim? Às vezes você demora muito tempo esperando por algo e quando chega, você não sabe aproveitar. É como uma montanha, que demora algumas horas de caminhada para chegar ao topo e quando você conclui, não tem ar para curtir o visual. E ao descer, você só tem os registros fotográficos que fez, mas não sabe descrever a experiência de apreciação da vista. Você só lembra do quanto se cansou, do quanto foi difícil chegar lá. Não seja assim! Valorize mais o momento, a conquista, os detalhes e cada segundo de suas experiências.
O museu – tudo é movimento
O Museu do Amanhã é uma atração que divide opiniões, pelo que pude perceber entre comentários de amigos e familiares. Eu amei! Eu gosto muito de tecnologia, tenho muita curiosidade em entender mais sobre o universo e uma grande preocupação com o amanhã. Então, essa atração tem tudo a ver com meu momento de vida.
O painel luminoso logo no início do museu traz a mensagem “Vida é inovação e repetição”. Daí já poderíamos pensar muito. Mas tem mais! A exposição “Quatro oceanos” também entra nessa reflexão. Nela, alguns tecidos se movimentam no ar e se entrelaçam, simbolizando a influência entre os elementos que compõem as interações climáticas. A mensagem dessa arte é que na Terra, tudo é movimento. Em uma das paredes do museu tem a pergunta “Para onde vamos?” e em outra tem “Que amanhã podemos imaginar?”
Só essas exposições que trouxe aqui em conjunto, poderiam render um post no blog. Para onde você quer ir? Quais movimentos você está fazendo para chegar até lá? Tudo é Movimento nos mostra que depende de nós alcançarmos os nossos desejos. Você é o único responsável por alcançar ou não seus objetivos. Você constrói o futuro onde quer viver. Então, pense que cada ação tem uma reação e tudo está interligado. Se você não está satisfeito com os resultados que está recebendo, preste atenção nos movimentos que está fazendo.
O museu – somos instantes
Em um outro ambiente, o museu traz alguns painéis de lad bem grandes onde ficam atualizando e passando informações sobre a sociedade. Você tem noção de quantos litros de água são consumidos no mundo diariamente? Quantos quilos de lixo são produzidos? Quantas pessoas vivem em cidades? Esses e outros dados são exibidos nesse espaço e a gente fica parado olhando de boca aberta tudo isso.
No momento em que eu estava lá, a população mundial estava em 7.578.834.594 pessoas. Da pra imaginar? É muita gente! E cada uma dessas pessoas veio com um propósito, uma missão. Esse número serve para mostrar que o mundo é muito grande e ele gira. Não destrate ninguém, não julgue. Você é só um pedacinho disso tudo. Somos instantes e estamos de passagem. Não vale a pena guardar rancor e nenhum outro sentimento negativo.
Mas, por outro lado, você é um pedacinho único e essencial. Ninguém vem por acaso, cada um tem um propósito para cumprir aqui. Descubra qual é o seu e abrace-o com toda sua força. Não existe ninguém como você, então valorize-se. Ame você mesmo acima de tudo. Não seja egoísta, mas tenha amor próprio. Você é exatamente como tem que ser.
O museu – conectados
Na última parte do museu, tem um espaço sem nenhuma tecnologia. Ao contrário de todo o resto, é um lugar sem painéis interativos. Temos ali apenas uma experiência de luz e som, além de apreciação. No centro está um pedaço de madeira. Todo mundo passa, olha, fica esperando algo acontecer e vai embora. No tempo que estive ali ouvi muitas pessoas se perguntando o que seria aquilo, mas poucas pessoas realmente buscaram a resposta.
Em pé ao centro, bem próximo ao monumento, estava um guia. Quando perguntamos para ele o que aquilo significava ele bufou aliviado “Ufa, achei que ninguém ia perguntar”. Sim, as pessoas interagem com todos os painéis, mas não interagem entre si. Temos capacidade de apreciar telas, mas não ver pessoas. E o último espaço do museu estava ali para passar justamente essa mensagem. O nome da área é “Nós”.
Ele explicou que a escultura em madeira está colocada em uma forma simbólica que remete a uma oca. O elemento central é uma espécie de amuleto da cultura aborígene australiana e representa a transmissão de conhecimento através das gerações. Naquela época, eles paravam em torno do objeto, sentavam em círculo e ouviam os ensinamentos. Além disso, o guia destacou que o português é a única língua em que o “nós” referente às pessoas também refere-se à nó, de laço. Nós estamos entrelaçados.
Você teria capacidade de simplesmente parar e ouvir quem está com você? Você se conecta com as pessoas ao seu redor ou somente com as redes sociais? Vivemos conectados, no wifi, no whatsapp, no youtube, nas redes sociais, mas não temos capacidade de nos conectar com nós mesmos e com os outros.
O Rio de Janeiro continua lindo
O Rio de Janeiro está longe de ser minha cidade preferida, mas ele é lindo e tem muito a nos ensinar. Eu conheço bem pouco, quase nada. Por isso não quis fazer um diário de viagem comum. Se até os gringos já se familiarizaram com a cidade e andam por todos os lados, nós também temos total capacidade de viajar prá lá e se virar.
Hoje eu quis ir além do que o turismo convencional pode nos mostrar. Quis ir no propósito das coisas e trazer reflexões que tenham a ver com o perfil do blog, comigo e com o que quero passar de mensagem para vocês! O turismo no Rio de Janeiro pode ser ainda mais bonito do que a gente vê. Basta você sentir! Mergulhe nas experiências, queira mais, busque mais, seja mais do que os olhos podem ver.
Claro que não deu para falar de tudo que fiz e vivenciei, trouxe apenas um pouquinho do aprendizado desse final de semana. Mas em uma outra oportunidade conto do aquário, da feirinha mara e do som delícia ao vivo na beira da praia. Espero que sirva para vocês refletirem também! E me contem aqui, quem já foi ao Rio, visitou alguma dessas atrações? O que achou? E se você não foi, ficou curioso pra ir?
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